Ex-secretário é preso em Cuiabá durante operação da Polícia Federal contra o tráfico internacional de drogas

O ex-secretário de Seciteci, Nilton Borgato (PSD) foi preso na manhã desta terça-feira (19) em Cuiabá.

O ex-secretário de Ciências e Tecnologia e Inovação de Mato Grosso (Seciteci), Nilton Borgato (PSD) foi preso na manhã desta terça-feira (19) em Cuiabá. Ele é um dos alvos da “Operação Descobrimento”, deflagrada pela Polícia Federal para apurar o envio de drogas para Portugal. Ele foi preso em um prédio de luxo na rua Presidente Marques, no bairro Quilombo.

Nilton Borgatto foi titular da Seciteci entre 2019 e março deste ano. Deixou a pasta para ser candidato a deputado federal nas eleições de outubro. O ex-secretário foi prefeito de Glória D’Oeste, cidade que está localizada na região Oeste de Mato Grosso, faixa de fronteira com a Bolívia.

Outro alvo da operação é o lobista Rowles Magalhães, ex-assessor especial durante a gestão Silval Barbosa, que se tornou conhecido ao denunciar, em 2012, um esquema de pagamento de propina referente à licitação do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT).

Estão sendo cumpridos 43 mandados de busca e apreensão e sete mandados de prisão preventiva nos estados da Bahia, São Paulo, Mato Grosso, Rondônia e Pernambuco. Em Portugal, com o acompanhamento de policiais federais, a polícia portuguesa cumpre três mandados de busca e apreensão e dois mandados de prisão preventiva nas cidades do Porto e Braga.

As investigações tiveram início em fevereiro de 2021, quando um jato executivo Dassault Falcon 900, pertencente a uma empresa portuguesa de táxi aéreo, pousou no aeroporto internacional de Salvador/BA para abastecimento. Após ser inspecionado, foram encontrados cerca de 595 kg de cocaína escondidos na fuselagem da aeronave.

A partir da apreensão, a Polícia Federal conseguiu identificar a estrutura da organização criminosa atuante nos dois países, composta por fornecedores de cocaína, mecânicos de aviação e auxiliares (responsáveis pela abertura da fuselagem da aeronave para acondicionar o entorpecente), transportadores (responsáveis pelo voo) e doleiros (responsáveis pela movimentação financeira do grupo).

As medidas judiciais foram expedidas pela 2ª Vara Federal de Salvador/BA e pela Justiça portuguesa. A Justiça brasileira também decretou medidas patrimoniais de apreensão, sequestro de imóveis e bloqueios de valores em contas bancárias usadas pelos investigados.

Por O Documento